Bahia, município Cruz das Almas, 12:30 horas, 19 de abril de 2006:
Almoçava feijão com arroz, ouvi pelo rádio da vizinha a promotora de justiça Izabel Cristina Vitória Santos me caluniando e difamando na rádio local Santa Cruz. Peguei o telefone para ligar para a rádio me defender, ele tava mudo. Sempre caíam galhos de árvores sobre a fiação, tinha perdido o celular recentemente.
Sem fechar as janelas, apenas o portão de entrada, me despedi do meu cachorro Lipe e dos pássaros no jardim e fui até um mercadinho próximo atrás de um telefone publico em uma bicicleta. Andei poucos metros e ao passar em frente ao Colégio Jorge Guerra fui fechada por três carros: Um Fiat branco, aonde estavam dentro os policiais civis Roque Cerqueira, Ademir e Celso (irmão de Roque) lotados na delegacia de Cruz das Almas, e um elemento negro, baixo, forte, segurança do prefeito Orlandinho do PT. No outro carro preto um professor estadual e municipal, filiado, militante do PT e cabo eleitoral do prefeito Orlandinho, Marco Antonio Silva e uma mulher que seria a noiva dele, soube depois. Os outros dois homens que estavam no outro carro não conhecia.
O policial Roque Cerqueira me agarrou com violência e disse que eu estava "presa em flagrante delito", aleguei que andar de bicicleta na rua não era crime, ele então me jogou dentro do carro Fiat branco e neste exato momento a rua que estava deserta. Vi o portão do colégio ser aberto e o vigia presenciar tudo. Jogada no meio do banco do fundo, os vidros escuros fechados, os carros rumaram em direção a saída da cidade, havia uma barreira da PM na pista de acesso a BR 101.
No carro preto o Marco Antonio ria muito, como se estivesse drogado e se divertiria com o que iria acontecer. O policial Roque que estava no volante se virou para mim e disse: “Um dia você me denunciou por fazer parte de grupo de extermínio, hoje eu tenho até pena do que vai acontecer a ti. Você vai morrer!” Todos permaneceram em silencio. Estava em estado de choque, não conseguia dizer nada, nem me mexer, no meio de dois marginais, com outros dois marginais dentro do carro.
Por duas horas os carros percorreram a cidade tentando me tirar dali, até que o policial Roque parou em frente a um telefone publico e disse aos demais que ia ligar para a Juíza Olga; levou apenas alguns segundos, depois parou o carro em frente do Fórum para falar com a mesma e voltou, segundos depois.
15:30 horas:
Nesse exato momento me levam pra delegacia e sou jogada numa sala. Lá permaneço incomunicável, sem saber o que está acontecendo.
18:30 horas:
Sou levada a sala do delegado Rogério Pereira Ribeiro, e ele me diz: “Você me denunciou no Ministério Público por causa dos cachorros, tá lembrada? Agora é a sua vez! Agora vai me pagar!”. Lembrava sim, ele mantinha dentro da casinha de luz, um cubículo de 1 por 1,5 m em meio a fezes e urina dois pitbulls presos na delegacia; que só recebiam comida e água duas vezes por semana. Tirei fotos e denunciei o caso ao MP de Santo Antonio de Jesus, ele então retirou os cães e os executou a tiros. Rogério Ribeiro segundo a Corregedoria da Policia Civil nos informou tem atestado de louco e se mantem no cargo através de liminar da justiça, é acusado de execução de preso pelo Ministério Publico de Morro do Chapéu, tortura de presos junto com os policias civil Roque e Celso. Ele pede que eu assine um documento que estava digitado e eu disse não assinaria. Ele ameaçou me agredir e eu disse que não assinaria. Ele pediu pra os policias Roque e Celso assinar por mim. Me levam então para a mesma sala anterior.
19:30 horas:
Sou novamente levada a sala do delegado que me pede novamente para assinar o papel digitado e eu digo não. Entra na sala dele um funcionário do Fórum, Roque do juizado da criança, com um papel nas mãos, entrega a ele que me pergunta: “Sabe o que é isso? É uma ordem da juíza, você está presa em flagrante delito. Você ia até a rádio para agredir a promotora que falava mal de ti, o policial Roque (o que eu denunciei por participação em grupo de extermínio) recebeu uma ligação anônima naquele orelhão (cerca de 200 m da delegacia) a denunciando, que ia fazer isso!”
Perguntei: “Por que então não ligaram para o telefone da delegacia se ele tá funcionando? Como alguém poderia afirmar que eu ia fazer isso se ao sair de casa eu não falei com ninguém?”. Ele não respondeu, chamou o policial Celso e falou “Joga ela lá dentro”. Aí eu tive dimensão do que realmente estava acontecendo, ajoelhei e implorei para que me deixasse ir até em casa, fechar minha casa, Lipe estava sozinho, com fome, assustado, preso dentro de casa, os pássaros iam acordar amanhã cedo e precisavam encontrar comida nas árvores, implorei em nome de Jesus. O delegado se mostrou frio como um psicopata, disse que ele e os policiais Celso, Roque, Ademi tinham sido indiciados pela juíza Olga por tortura de presos na delegacia e ao fazer esse “favorzinho” para Juíza Olga o caso deles seria arquivado. E foi.
20:30 horas:
O policial Celso abre a porta que dá acesso as celas e me puxa até a ultima, no caminho os presos vão atirando fezes e urina sobre mim e ao chegar na cela estou completamente molhada de fezes e urina. O chão da cela também está coberto de fezes e urina, todo o esgoto das celas passam por ali e transborda. Percebi que havia uma moça lá dentro e disse: “Celso falou que eu podia fazer com você o que eu quisesse que não ia dar em nada pra mim, mas eu não quero me complicar mais; eu não vou tocar em ti.” Ela era uma menor de idade que tinha sido presa por esfaquear uma mulher que reagiu ao assalto, Tati, tinha 17 anos. Os presos gritavam que Celso tinha falado que eu tinha feito abaixo assinado para tirar “tia Olga” da cidade, me xingavam, se masturbavam na grade sem calção, me ajoelhei e comecei a rezar o terço bem alto, lembrei da estudante Liana, estuprada e assassinada, senti que passaria pelo mesmo.
Os presos me xingavam, me ameaçavam, se masturbavam, ligavam sons no ultimo volume, gritavam o mais alto que podiam, continuei rezando, até meus joelhos não aguentarem mais. Altas horas da noite o delegado Rogério foi até a cela, me deu um soco na boca, me amarrou na porta da cela com corda e ali permaneci sentada naquela que foi a pior noite da minha vida. Um preso que entrava e saia a hora que queria da delegacia me avisou “Roubaram sua casa, e foi gente daqui da delegacia”. Só pensei em Lipe, o meu cachorro e perguntei, “Ele está vivo?” Respondeu que sim.
O dia raiou e tive esperança que me soltassem, um preso me falou, “Você não fez nada pra estar aqui, hoje de manhã vão mandar-la embora”. O que entrava e saia me disse "Vi uma policial falar isso também, que hoje iam mandar-la embora e que você não tinha feito nada". Jogaram um pão no chão e um copo com café, disseram “Coma!” Nunca ninguém me disse o que fazer, não seria agora! Não comeria, deveria estar envenenado! Não comeria, o meu cachorrinho Lipe estava com fome! Não comeria, meus pássaros estavam com fome! Os presos também se recusaram a comer o que eu não quis temendo estar envenenado.
O fedor era insuportável, não sei quem fedia mais, se eu ou a cela. Me mandaram tomar banho, não fui, sabia que seria estuprada se estivesse limpa, os cabelos estavam presos, enrolados num coque com medo que eles se lembrassem que eu tinha um lindo cabelo comprido. E foi o primeiro dia.. .O segundo dia... Sem comer, sem beber e nem dormir. Passei mal, desmaiei, os presos fizeram tumulto para que eu fosse levada ao Hospital Nossa Senhora do Bonsucesso. Com hipotermia, a três dias sem comer, pedi aos dois médicos que me atenderam nos quais não lembro mais os nomes que me dessem uma coberta para eu levar para a cela e eles disseram não! Pedi que me deixassem no hospital no soro e eles disseram que eu estava ótima! Pedi que ligasse para um parente que também era médico e eles também disseram não! E me mandaram de volta para a delegacia. No corredor me bati com o irmão do professor Denes Vidal da UFRB, Nilton, e implorei “Diga a Denes pra me ajudar!”.
No terceiro dia quase meio dia chega um parente, avisado pelo professor da UFRB Denes Vidal, consegue um advogado mas meu cachorro continua lá sozinho, com fome, e minha casa abandonada. Dia seguinte o radialista local Kleber Ceará, com um jornalista do Jornal A Tarde esteve na delegacia, me permitiram vê-los, pedi ao radialista local Weverton que gravasse uma fita para entregar ao radialista Édson Santarini na Rádio Excelsior da Bahia contando o que acontecia ele gravou mas não entregou, nunca chegou.
Apareço no Jornal A Tarde, ambientalista Telma Lobão dando entrevista após três dias mantida na delegacia e em greve de fome. A imprensa de Salvador começa a se mobilizar para me ajudar [...] desculpe, é difícil relembrar sem pausar para chorar.
Todos os juízes e promotores da região então se reúnem em frente ao Fórum, num “ato de desagravo" a Juíza Olga Regina Santiago Guimarães, presente todos os advogados de Cruz das Almas, ato patrocinado pela Prefeitura Municipal, cujo prefeito Orlandinho e vereadores também se fizeram presentes, e a Câmara de Vereadores concedeu a ela "Medalha do Mérito". O evento é transmitido para o município e da rádio dos presos eu ouvi a voz da juíza Olga falando de mim: “Da delegacia ela vai para o presídio da Mata Escura, de onde não sairá tão cedo!”.
A Câmara de Vereadores de Cruz das Almas oferece Menção Honrosa a juíza Olga por ter conseguido me prender. Todos os vereadores assinam com exceção do vereador Andre Eloy. A juíza Olga era filiada ao PT, a prefeitura e a Câmara Municipal era PT. Olga tinha sido responsável pela eleição do prefeito Orlandinho, quando junto com a promotora prendeu quase todos os eleitores do candidato da oposição. A ASCOM do MP também dá apoio a juíza Olga, e distribui aos órgãos de imprensa uma NOTA tão desequilibrada como são as integrantes do órgão; onde denigre minha imagem e vendo que nenhum órgão de imprensa publicou a própria ASCOM do MP publica em seu site e mantem até hoje. Deus é justo e o Jornal Correio do Brasil também publicou a manchete, onde é possível conhecer as responsáveis pela nota:
"AS DESEQUILIBRADAS MENTAIS DA ASCOM DO MP DA BAHIA".
O preso “Popai”, acusado de assassinato e tráfico de drogas diz na cadeia “Tia Olga disse que vai me inocentar e quando eu saí daqui que eu compre cinco quilos de maconha pra revender pra eu começar a me fazer na vida”. Um outro preso perguntou “E onde você vai arrumar dinheiro?” Popai responde: “Ela vai me dar.” A menos que por causa de Telma Lobão ela não consiga mais me inocentar.” (Popai quando foi solto foi assassinado em seguida).
Os presos gritavam e me xingavam de dia e de noite, foram orientados a isso e também a deixar rádios e televisão ligados bem alto para que eu não dormisse e enlouquecesse. Gritavam a toda hora que "Os policias disseram que você quer tirar mainha da cidade, você merece morrer!" "Mainha" era a juíza Olga. Quando iam pra audiência com ela todos faziam bilhetes endereçados a ela que os chamava de "meus filhinhos".
Apesar de estar ali eu não estava ali, apenas meu corpo estava ali, minha alma, meu espirito, minha mente voava livre pelos campos junto com as Ursinhas, e eu não sentia nada mais, nem sede, nem fome, nem frio, nem dor... Usei sem saber a mesma tática utilizada pelos judeus nos campos de concentração para permanecerem vivos, sair da realidade que viva me transportando para outra. Nos poucos momentos em que ali permanecia e tinha consciência de onde estava pedia a Deus para morrer, e uma luz azulada descia do Céu em direção a mim, tentava entrar nela e subir com ela, mas ela era muito estreita, eu não cabia toda dentro dela, aí a luz voltava para o Céu sem mim. Muitas vezes ouvi a voz do meu Anjo da Guarda: “há mais orações para você no Céu do que para qualquer outra pessoa na face da Terra!”.
Tinha perdido a noção de tempo e espaço. Numa noite vi a imagem de irmã Dulce, e no dia seguinte fui transferida para Muritiba. Mas antes passei mal, levada novamente para o hospital por insistência dos presos (eles temiam serem acusados de minha morte), passei mal e fui ao chão no hospital, a médica de plantão chama-se Lenira, a mesma se recusou a tocar em mim, demostrando “nojo”, mesmo eu dizendo que sentia fortes dores no peito mandou uma enfermeira me aplicar uma injeção bem grande, lembrei das palavras de um preso “Se tentarem te aplicar uma injeção bem grande não deixe é Diazepan, você fica fora do ar por uns três dias, é o delegado que manda e lá eles fazem o que a delegacia manda”. Perguntei que injeção era aquela e ela confirmou. Perguntei a medica Lenira por que ia me aplicar aquilo sem me examinar e ela disse que sabia o que eu tinha. Me recusei a receber a injeção e ouvi quando ela falou baixinho para o policial “Diga ao delegado que ela não quis tomar.” Como estava também pressão baixa, naquela noite teria morrido.
Levada pra delegacia de novo e permaneci na cela meio inconsciente. Continuava sem comer nem beber. Em Muritiba fui colocada numa cela onde chovia mais lá que do lado de fora, o fedor de mofo era insuportável, a delegada e os agentes faziam parte do esquema de Olga. Sem noção do tempo, em greve de fome a vários dias, lembro que era domingo e meu parente chegou, e quando me viu naquele estado brigou para que eu fosse levada para um hospital. Nesse mesmo dia entra na minha vida um projetista chamado Gilson Freire, morador de Muritiba, um grande anjo protetor.. A médica me atendeu e me manteve lá até o dia seguinte, quando assumiu o plantão o médico de Conceição da Feira Waldir Lessa. Ao ouvir minha história ele me falou: "Ajudei duas pessoas na época da Ditadura, vou ajudar você. Vou transferir-la para Salvador, lá está a Imprensa, e só ela pode te ajudar". A juíza Olga Regina Santiago e suas parceiras, a Juíza Adriana Carvalho de Muritiba, amiga pessoal de Olga e Maria Auxiliadora Sobral também de Cruz das Almas não permitiram que eu fosse para Salvador, queriam me mandar para Cachoeira, onde um juiz que não sei o nome havia convocado uma manifestação com outros juízes para dar apoio a Olga, e lá ela continuaria tendo o controle de tudo, mas o médico recusou alegando que eu precisava de cuidados urgentes. E devido a insistência dele, ele conseguiu.
Recusei ir na ambulância da prefeitura de Cruz das Almas, parceiros de Olga, eles poderiam me matar no caminho atirando a ambulância na ribanceira, ou me aplicando uma injeção, fui na da prefeitura de Muritiba para o hospital Irmã Dulce em Salvador.
Poucos dias depois o marido da delegada de Muritiba sofria um terrível acidente de carro e falcecido. Por ordem da juíza Olga eu estava proibida de receber visitas, não poderia falar com a imprensa, teria que ser algemada 24 horas na cama do hospital e dormir algemada. O tratamento dado a mim era pior do que o dado a qualquer outro no Brasil. Fiquei sabendo que o hospital, quando irmã Dulce era viva também já tinha ajudado pessoas como eu.
Seu nome era Davi Lemos, assessor de Imprensa do Hospital Irmã Dulce, sua voz era um bálsamo: “A imprensa tá aí fora, você decide se quer mostrar a cara ou não. É a sua chance de sair dessa.” O jornal A Tarde foi o primeiro a subir e a foto de Rejane Carneiro correu o mundo.
Depois vieram todos os outros órgãos de Imprensa, TV Bahia, SBT, Tribuna da Bahia, Record, Correio da Bahia, Folha de São Paulo, Radio Excelsior, Radio Sociedade...
A Imprensa fazia plantão no Tribunal de Justiça, me defendia em todos os programas de rádios e televisão. Houve também pronunciamento na Câmara dos Deputados, no Senado. Mas o caso e as algemas não incomodaram o Supremo Tribunal. Lembro de um jornalista do Correio da Bahia: “Estou aqui em nome do senador ACM, o que você quiser falar eu publico”. Lembro depois das palavras dele ao PM que me destratava: “Trate ela bem, senão eu vou reclamar de você ao seu superior”. A juíza Olga também passou a comandar a PM e além de algemada a cama do hospital eu era vigiada 24 horas. Num dia amanheceu e ouvi canto de pássaros, comecei a assobiar chamando eles, a policial pediu reforço, disse que eu tava chamando meus comparsas pra me resgatar. Eu ri muito. Pois tava mesmo, chamando todos os pássaros...
Apesar da ordem escrita da juíza de que eu deveria permanecer isolada, o hospital não cumpriu, as pessoas me visitavam, pacientes lavaram meu cabelo, Xuxa querida onde anda você? O que eu fiz naquele hospital? Todos os exames, tomei soro, mas me recusei a tomar qualquer tipo de medicamento. Por conta disso uma médica que não lembro o nome mas que seria amiga de Olga me deu alta para que eu voltasse para a cadeia de Muritiba. Apesar de toda a Imprensa noticiar e todos na Bahia terem conhecimento do fato as Comissões de Direitos Humanos da OAB e da Assembléia Legislativa foram os últimos a chegar, precisou que um parente fosse até lá acioná-los.
Representando a Comissão de Direitos Humanos da OAB, Romário Costa Gomes apareceu no Hospital e se tornou além de um forte aliado um grande amigo. A PM chegou para me levar de volta para Muritiba, previndo o que aconteceria um cinegrafista da TV Bahia falou: “não vista a roupa, não vá, lá não tem imprensa a coisa vai pegar pra voce.” Parecia prever o futuro. No final do dia fui levada a força. A TV Bahia acompanhou a viatura da PM por um bom trecho. Soube que saí no Jornal Nacional.
Era noite quando cheguei a delegacia de Muritiba. Muito fraca, no segundo dia, sem soro, comecei a passar mal, as pernas foram sendo atingidas por câimbras, dormências, as mãos também e de repente eu não conseguia mais sentir nem mexer as pernas, nem ficar em pé sobre elas, nem sentir minhas mãos. Comecei a gritar pedindo ajuda as 13 horas da tarde, mas apenas as 17:30 minutos depois que meus gritos sensibilizaram pessoas de fora da delegacia eu fui socorrida, e levada para o hospital de Muritiba, onde o médico mandou me jogou numa cama e não me atendeu, não sei o nome dele, ele mandou chamar a juíza Adriana Carvalho, no hospital para perguntar se ele podia me socorrer.
Lembrei das Ursinhas, de como a gente corria pelos campos, e se nunca mais pudesse correr pelos matos com elas eu preferia morrer. Impossível lembrar e não chorar, impossível escrever sem viver de novo o terror daqueles dias. Todo meu corpo estava dormente e esquecido, senti que tava morrendo, e permaneci nesse estado de semi-consciência até as 19:30 quando então fui posta num soro com um medicamento. E melhorei. No dia seguinte novamente o dr. Waldir Lessa, os cuidados de Gilson Freire, que permanecia ao meu lado desde que o hospital abria até o fechamento, me conseguia celular com a ajuda do policial civil Manoel, do sargento PM Rui que se recusou a obedecer a juíza Olga e me algemar na cama do hospital e permitia visita, e me deixava com as mãos livres.
Lembrei das Ursinhas, de como a gente corria pelos campos, e se nunca mais pudesse correr pelos matos com elas eu preferia morrer. Impossível lembrar e não chorar, impossível escrever sem viver de novo o terror daqueles dias. Todo meu corpo estava dormente e esquecido, senti que tava morrendo, e permaneci nesse estado de semi-consciência até as 19:30 quando então fui posta num soro com um medicamento. E melhorei. No dia seguinte novamente o dr. Waldir Lessa, os cuidados de Gilson Freire, que permanecia ao meu lado desde que o hospital abria até o fechamento, me conseguia celular com a ajuda do policial civil Manoel, do sargento PM Rui que se recusou a obedecer a juíza Olga e me algemar na cama do hospital e permitia visita, e me deixava com as mãos livres.
Eu me sentia cada vez mais fraca, a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa mostra as caras através do deputado Walmir Mota. Chega uma ordem judicial no hospital para que eu fosse fazer um exame de sanidade mental, o pedido era do promotor Waldemar Araújo Filho.
Os Deputados Walmir Mota e Yulo Oiticica da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa que acompanharam Telma durante o exame.
Torturada física e mentalmente, sem comer a quase 20 dias, eles tinham certeza que meus pensamentos já não funcionavam mais e que me pegariam. Mas que decepção! Acompanhada pelo deputado Walmir Mota fui atendida pelos dois melhores psiquiatras do estado que se chocaram com o meu estado e atestaram que eu tinha inteligência superior a das demais pessoas. Lá também tive o apoio do deputado Yulo Oiticica, que me confidenciou “não coma, continue sem comer, nenhum preso em greve de fome pode ser mantido em cela, tem que ser mantido no hospital, é um acordo internacional”. Falei que não sabia, que mesmo em greve de fome fui mantida em cela na delegacia. Yulo também me prometeu que expulsaria do Partido dos Trabalhadores os filiados envolvidos no meu seqüestro.
Era noite do dia das mães quando apareceu no hospital de Muirtiba o Procurador Geral da União Waldir Santos, me oferecendo apoio. Alguns dias depois soube que minha casa havia sido saqueada. Após 10 dias sem água e comida meu cachorro Lipe tinha sido retirado de casa pela protetora de animais Célia e colocado na casa de dona Cândida, uma feirante, muito pobre, eu havia pedido a Célia que ficasse com ele na casa dela, que fosse todos os dias por a comida dos pássaros, mas ao invés disso ela retirou todas as vasilhas deles das árvores, jogou todas no chão, descaracterizou todo o local, para que eles não se lembrassem que um dia ali fora um refugio deles. Como se não bastasse ela esteve no hospital de Muritiba não para me oferecer conforto mas para me dizer que eu arrumasse outra pessoa para ir levar comida para Lipe em dona Candida pois isso estava cansando demais ela. Lembrei de quantas brigas eu comprei para ajuda-la!
Naquela noite eu dormi sem saber se acordaria, pela cara das pessoas eu senti que não estava bem. Durante a noite a enfermeira me avisou que meu coração estava quase parando.
27º dia do meu sequestro e greve de fome.
Ao amanhecer Gilson me informou que o Boletim Medico do dia me dava como morta, as funções vitais estavam quase imperceptiveis, Dr. Waldir começava a se mobilizar para me mandar pra uma UTI em Salvador. No final da tarde chegou a TV Bandeirantes de Salvador, alegando que traria no dia seguinte o melhor advogado criminalista da Bahia para me defender, Domingos Arjones Neto. O que eu não sabia é que eu já havia sido dada como morta, o Boletim Médico atestava que minhas funções vitais já não estavam mais detectáveis, quando então chegou o alvará de soltura assinado pelo Presidente do Tribunal de Justiça da Bahia Benito Figueredo que assinou alegando que “Não encontrou um motivo para eu ter sido e estar presa.”
Meu coração pulsava impulsionado não pelo sangue, mas pelo ódio. Nas minhas veias agora corria agua!
Me recusei a ir para um hospital, fui pra Salvador onde comi depois de 27 dias.
Dei uma coletiva na OAB e só voltei para Cruz das Almas três dias depois quando consegui a proteção da Policia Militar 24 horas.
A volta para casa:
Lipe, ele estava totalmente atordoado, muito sujo, fedendo, traumatizado e amarrado num fundo de quintal da feirante Candida, que bem ou mal ficou com ele. A guarnição do sargento Robson foi busca-lo comigo, depois passamos no supermercado e finalmente anoitecia quando cheguei em casa com a PM. Tudo havia sido roubado, não deixaram um talher, uma calcinha, uma coberta, o que quer que fosse. Espalharam fezes e urina pelas paredes, entupiram torneiras, cortaram fios de telefone, fios de eletricidade... Não sobrou nada. Convidada a dormir no quartel da PM eu recusei, e passei a noite sentada numa cadeira do jardim junto com Lipe. No dia seguinte eu recomecei, fui atrás das Ursinhas e elas voltaram todas, como tambem os outros passaros, “mamãe tava de volta”.
Romário Costa Gomes me fez ir até o Tribunal de Justiça da Bahia agradecer ao Presidente Benito Figueredo, eu fui, não para agradecer, mas para ver meu nome no jornalzinho do Tribunal de Justiça, vê-lo se humilhar perante mim, e em nenhum momento eu agradeci qualquer coisa, aliás nem abri a boca desde que entrei no prédio.
Que crime Telma Lobão havia cometido?
O de saber antes de qualquer pessoa que a juíza Olga Regina Santiago era envolvida com o trafico de drogas, de ter denunciado ela por ameaça de morte e a outra juíza Maria Auxiliadora Leite Sobral de prevaricação assim como a promotora Izabel Cristina Vitória Santos, na Corregedoria do Tribunal de Justiça da Bahia e na Corregedoria do Ministério Público, por perseguição e conivencia com o crime ambiental.
Lembro que na Corregedoria do MP fui atendida por um homem meio loiro, agressivo, vulgar, que se disse Corregedor, cujo nome não me lembro mas que falou “a promotora Maria Izabel nunca foi denunciada antes, e promotores que nunca foram denunciados não se denuncia!”
Na Corregedoria do TJ fui atendida por um Corregedor negro chamado Benedito me atendeu, depois me pediu que esperasse lá fora um instante, esperei e quando cansei empurrei a porta devagarinho e o vi falando ao telefone com a juíza Maria Auxiliadora “mas como é que a senhora permitiu que ela chegasse até aqui? A senhora quer que eu faço o que agora com a denuncia dela? (silêncio) “fique tranqüila que eu não vou dar importância”. Quando percebeu minha presença ele todo sem jeito afirmou “que coincidência, a juíza Maria Auxiliadora me ligou agorinha mesmo...”. Não disse mais nada e saí.
Orientada e aconselhada pelo promotor da Vara Cível de Cruz das Almas Valdemar Araújo Filho fiz um abaixo assinado com 1200 assinaturas pedindo a saída da juíza da cidade. Antes disso a juíza Olga me chamou no Fórum da cidade numa tarde e me disse: “eu te vi andando de bicicleta às sete horas da noite em frente a Secretaria da Fazenda, não te matei porque não quis, se eu tivesse te atropelado, os vidros do carro são escuros, ninguém ia saber que fui eu, e quem ia suspeitar de uma juíza?” Olga também me perguntou “Você não tem medo de entrar na feira livre e receber uma facada? Eu sei todos os seus passos!” E descreveu todos os meus passos naquela semana. A frente da minha casa vinha sendo monitorada e eu vinha sendo seguida por prepostos da Policia Federal. Eu havia solicitado garantia de vida ao Ministro da Justiça contra Olga e ao invés disso eles forneceram todos os meus passos para ela. Um domingo eu saí de casa e me deparei com esses “caras” monitorando todo meu caminho. Na área de mata fechada onde eu teria que entrar vi uma caminhonete Fiat branca, parada na entrada. Ainda assim entrei na mata. Uns dez minutos depois vi a sinalização de perigo emitida pelos pássaros silvestres. Coloquei o ouvido no chão e ouvi passos correndo, cada vez mais próximos. Procurei uma moita bem fechada e me joguei no chão, o coração batia tão forte que eu temi que eles escutassem as batidas. Escutei passos próximos, tive certeza que morreria. A mãe Natureza e o Céu me protegeram, eles não me acharam, e eu fiquei ainda ali deitada por quase uma hora, pelos sinais dos pássaros eu sabia a localização deles, até que finalmente tudo se acalmou e eu saí da mata por um outro caminho. Sempre entrava em mata com roupas de cores imperceptíveis, isso também me ajudou.
Considerada “a cangaceira do Nordeste”, a juíza Olga bufava de raiva de mim por eu ter junto com o Ibama fechado e lacrado o Matadouro Municipal da cidade, e ela não conseguiu reabrir, como fez da outra vez. Ao tomar conhecimento de que eu era amiga do delegado José Alberto, o mesmo que Olga acusava de ter invadido sua casa para mata-la (quando na verdade ele entrou pra prender o marido dela que havia dado uma surra de chicote de cavalo no promotor Luciano que investigava o envolvimento da juíza Olga no trafico de drogas), a mesma passou a me odiar mais ainda. Na semana anterior ao dia do meu sequestro houve um evento na Escola de Agronomia na UFBA com diversas autoridades locais, estaduais e o Ministro da Pesca. A juíza Olga estava lá, era a dona do evento. Até que eu apareci na festa e embaixo do palanque mostrei ao Ministro alguns pássaros silvestres mortos dentro da escola. Olga me fuzilou com o olhar. Ele mandou que eu subisse no palanque, eu subi e expliquei que naquela área federal era comum as caçadas e aqueles pássaros tinham sido mortos por caçadores dentro da área da escola. Aproveitei e denunciei também que o reitor (amigo de Olga) Paulo Gabriel estava derrubando todas as árvores de eucalipto da escola e vendendo a Coelba para fazer poste provisório pelo preço de 30 a 50 centavos. Aleguei que a justiça e o MP tinham conhecimento do fato e eram omissos ele me prometeu providencias. Olga disse que me daria a resposta, que tinha sido uma humilhação muito grande para ela.
Foi o delegado José Alberto quem me contou que a arma que Olga diz ter sido utilizada pela policia para tentar mata-la em Juazeiro anos antes só foi fabricada 2 anos depois da invasão da casa dela para prender o marido dela e apreender a arma ilegal que ela mantinha em casa. Na Corregedoria do TJ uma pessoa me falou: "o processo que corre contra Olga em segredo de justiça por envolvimento no tráfico de drogas é tão grande que nem sai mais do lugar.” O promotor Antonio Luciano, vergonhosamente espancado com chicote de cavalo em frente ao Fórum de Juazeiro pelo marido de Olga a mando desta, me disse que o motivo foi as investigações dele que revelaram o envolvimento de Olga com o tráfico de drogas.
Mas tudo era mantido em segredo pelo Tribunal de Justiça onde Olga mandava e desmandava pois tinhas vários padrinhos desembargadores. Até eu que além de acusar ela de conivência e prevaricação com o trafico de animais ainda acusava de ligação com o trafico de drogas.
Em Cruz das Almas, para o povo e os políticos a Juíza Olga era uma deusa.
Também impedi a derrubada da Mata da Cazuzinha, apesar do Projeto da Câmara de Vereadores aprovar a derrubada da Mata, denunciei queimadas propositais a mando da prefeitura municipal, impedi a derrubada da vegetação de Mata Atlântica na Fonte do Doutor, que abriga oito nascentes, prendi funcionários da prefeitura por desmatar área de preservação, acabei com as feiras de animais silvestres em Cruz das Almas, apreendi mais de 5 mil pássaros silvestres no município, embarguei fazendas...
Eu incomodei e incomodava os criminosos ambientais que tinham o apoio da juíza Olga Regina, Maria Auxiliadora, dos promotores Waldemar Araújo Filho e Maria Izabel Vitória Santos.
Ao chegar ao município a Juíza Olga tinha um papagaio que mantinha preso com uma corrente enorme no pé, ele conseguiu fugir, levando a corrente junto e só Deus sabe o final dele.
2006
Um mês após a minha libertação, domingo, 08:30 da manhã, pedi uma viatura para fazer monitoramento de ninhos numa área deserta. A viatura chega com o policial Gordo da Pumba ao volante, não sei nome, considerado fâ do crime ambiental e no carona um policial que era água com açúcar. Ao descer a Ladeira do Vilarejo a viatura pára, perguntei por que parou e o motorista me disse que era para aguardar um colega. Mais acima pára um carro vermelho, dele desce um policial fardado conhecido como Bronca, o matador oficial da Policia Militar, acusado de vários assassinatos mas que nunca foi punido (Bronca retirou o filho dos braços de um homem, pendurou o mesmo numa arvore e o executou com vários tiros. A ordem de prisão veio de Salvador, ficou preso lá, mas a juíza Olga o inocentou do crime, portanto ele lhe devia favor). Bronca desce desse carro com uma mochila cheia nas costas, entra na viatura, senta no banco traseiro junto a mim e me aponta um revolver calibre 38 velho enferrujado, fica sacudindo a arma em direção ao meu peito.
Perguntei o que estava acontecendo, ele respondeu que lá na área para onde eu ia tinha gente querendo me matar . Perguntei: “Por que você está apontando a arma para mim? Como você sabe que tem gente querendo me matar lá se você veio do lado oposto?” Ele não respondeu, ninguém falou nada, quando a viatura passou em frente ao Pesque Pague eu pulei e corri, sabia que ali dentro tinha gente (minha sorte é que aquela viatura abria porta pelo lado de dentro, algumas delas tem defeito na porta e só abre pelo lado de fora). Ao entrar no Pesque Pague liguei para o 190, o sargento de plantão me disse não saber explicar o que o policial Bronca fazia fardado dentro da viatura já que o mesmo não estava de serviço naquele dia. E mandou recolher a viatura. Se Bronca tivesse conseguido me assassinar e alguém dissesse que o viu fardado dentro da viatura ele provaria que era mentira pois naquele dia não estava de serviço, portanto não poderia estar fardado dentro de uma viatura.
Perguntei o que estava acontecendo, ele respondeu que lá na área para onde eu ia tinha gente querendo me matar . Perguntei: “Por que você está apontando a arma para mim? Como você sabe que tem gente querendo me matar lá se você veio do lado oposto?” Ele não respondeu, ninguém falou nada, quando a viatura passou em frente ao Pesque Pague eu pulei e corri, sabia que ali dentro tinha gente (minha sorte é que aquela viatura abria porta pelo lado de dentro, algumas delas tem defeito na porta e só abre pelo lado de fora). Ao entrar no Pesque Pague liguei para o 190, o sargento de plantão me disse não saber explicar o que o policial Bronca fazia fardado dentro da viatura já que o mesmo não estava de serviço naquele dia. E mandou recolher a viatura. Se Bronca tivesse conseguido me assassinar e alguém dissesse que o viu fardado dentro da viatura ele provaria que era mentira pois naquele dia não estava de serviço, portanto não poderia estar fardado dentro de uma viatura.
Alguns dias antes a promotora Sonia de Conceição do Almeida me disse que eu seria assassinada dentro de uma viatura, que eu evitasse entrar numa viatura. Premonição ou ela sabia de alguma coisa? Fico com a segunda opção.
Além de ter sido a única ambientalista presente no enterro do ambientalista Antonio Conceição Nativo, passei a cobrar das autoridades competentes punição para os culpados. Também tinha denunciado o coronel Santana Comandante Geral da Policia Militar ao MP para que o mesmo desse explicação sobre o dinheiro que ele afirmou receber num documento enviado para mim para fazer monitoramento de gripe aviária no estado, já que a PM desconhecia o assunto e Pedro Lima era o único baiano a trabalhar com gripe aviária na Bahia. O coronel também afirmava no documento que vários policias estavam doentes com doenças de pássaros e eu queria que ele apresentasse os doentes e os laudos médicos.
Também tinha denunciado a COPPA, a policia ambiental da PM por desvio de animais silvestres e várias irregularidades. Era noite, por volta das 20:00 horas quando fui a esquina por o lixo. Havia gente na rua. No esquina um homem parado em uma moto direcionou o celular para mim e me fotografou. Esse fato vinha sendo comum no entroncamento de Conceição da Feira onde descia para trabalhar. Sempre que estava no ponto nos últimos dias alguém parava em uma moto apontava o celular para mim e me fotografava, depois ia embora. Naquele dia ao descer no entroncamento as 11:30 da manhã havia um homem a pé desconhecido, que me vigiou o tempo todo. Apareceu um Fiat vermelho com dois homens dentro que sem olhar para mim falaram demonstrando muita raiva “vumbora” (carona para a cidade era comum). Eu não aceitei e eles partiram. No dia seguinte percebi que minha casa estava sendo monitorada por carros e motos.
Cheguei na Rodoviária e vi o traficante Conrado meio nervoso circulando. Entrei no ônibus e no primeiro ponto entrou um homem que sentou do lado oposto a mim, sorriu tranquilamente para mim, eu não correspondi, senti um frio na espinha. Pelo canto dos olhos vi quando ele pegou o telefone e apertou 2 teclas sem falar. Levantei para descer no entroncamento mas meu Anjo da Guarda sempre me disse “olhe antes”, olhei e lá estava um carro preto, com os vidros escuros todos fechados, o bagageiro largo (não conheço bem carro). Tentei descer e o carro vinha em minha direção, entrei no ônibus, o motorista do ônibus acelerou, eu desci num outro ponto, a delegacia havia recebido várias queixas desse carro suspeito que rodava aquela área.
Voltei para casa e um carro com placa do Paraná me monitorou a distancia. No segundo dia eu precisava trabalhar, desci, o carro preto apareceu e eu novamente subi no ônibus. No terceiro dia eu desci e pedi ao motorista que esperasse eu chegar até uma casa próxima a pista e assim foi, o carro apareceu do nada e veio em minha direção no meio da pista, o motorista ligou a buzina e fez o maior alarde, eu corria, e eles não conseguiam me pegar. Paulo Bezerra, secretário da SSP era amigo da juíza Olga, e do Ibama. O vice secretário de segurança pública Ary Oliveira ria da situação “Se aproxime dos carros e anote as placas”, forneci a ele várias placas de carros e motos, todas frias, e ele nada fez. Meus futuros assassinos em pânico, já não me davam mais trégua.
Também tinha denunciado a COPPA, a policia ambiental da PM por desvio de animais silvestres e várias irregularidades. Era noite, por volta das 20:00 horas quando fui a esquina por o lixo. Havia gente na rua. No esquina um homem parado em uma moto direcionou o celular para mim e me fotografou. Esse fato vinha sendo comum no entroncamento de Conceição da Feira onde descia para trabalhar. Sempre que estava no ponto nos últimos dias alguém parava em uma moto apontava o celular para mim e me fotografava, depois ia embora. Naquele dia ao descer no entroncamento as 11:30 da manhã havia um homem a pé desconhecido, que me vigiou o tempo todo. Apareceu um Fiat vermelho com dois homens dentro que sem olhar para mim falaram demonstrando muita raiva “vumbora” (carona para a cidade era comum). Eu não aceitei e eles partiram. No dia seguinte percebi que minha casa estava sendo monitorada por carros e motos.
Cheguei na Rodoviária e vi o traficante Conrado meio nervoso circulando. Entrei no ônibus e no primeiro ponto entrou um homem que sentou do lado oposto a mim, sorriu tranquilamente para mim, eu não correspondi, senti um frio na espinha. Pelo canto dos olhos vi quando ele pegou o telefone e apertou 2 teclas sem falar. Levantei para descer no entroncamento mas meu Anjo da Guarda sempre me disse “olhe antes”, olhei e lá estava um carro preto, com os vidros escuros todos fechados, o bagageiro largo (não conheço bem carro). Tentei descer e o carro vinha em minha direção, entrei no ônibus, o motorista do ônibus acelerou, eu desci num outro ponto, a delegacia havia recebido várias queixas desse carro suspeito que rodava aquela área.
Voltei para casa e um carro com placa do Paraná me monitorou a distancia. No segundo dia eu precisava trabalhar, desci, o carro preto apareceu e eu novamente subi no ônibus. No terceiro dia eu desci e pedi ao motorista que esperasse eu chegar até uma casa próxima a pista e assim foi, o carro apareceu do nada e veio em minha direção no meio da pista, o motorista ligou a buzina e fez o maior alarde, eu corria, e eles não conseguiam me pegar. Paulo Bezerra, secretário da SSP era amigo da juíza Olga, e do Ibama. O vice secretário de segurança pública Ary Oliveira ria da situação “Se aproxime dos carros e anote as placas”, forneci a ele várias placas de carros e motos, todas frias, e ele nada fez. Meus futuros assassinos em pânico, já não me davam mais trégua.
Sem ter mais a quem recorrer, sabendo que ia morrer, uma tarde eu sentei no chão, e chorando liguei para o Coronel do Exército Fraga, contei o que acontecia e ele não me deixou terminar de falar, alegando que precisava desligar para tomar as providencias. E tomou. Além do que ainda me ofereceu o hotel deles pelo tempo que fosse necessário sem que eu precisasse pagar nada. Abaixo da ajuda de Deus, devo ao Exército Brasileiro a minha vida. Lembro daquele dia em que o coronel me falou: “Acabou, passou, tudo voltou ao normal”.
O policial militar Bronca era um dos ocupantes do carro preto.
A juíza Olga logo depois foi desmascarada pela Policia Federal em nível internacional, acusada de participação no tráfico internacional de drogas, a máscara dela tinha caído! Perdeu a função de juizá e foi afastada do Tribunal de Justiça. Escreveu um livro, doado de graça com o intuito de denegrir a imagem do governador Wagner e demais autoridades e renascer das cinzas, mas mais uma vez caiu no ridículo.
Paulo Bezerra amigo de Olga, diretor da Policia Federal, secretario da SSP foi acusado pela Policia Federal de divulgar informações confidenciais e afastado.
Coronel Santana comandante da Policia Militar na Bahia foi preso pela Policia Federal
O delegado Rogério Ribeiro e os agentes foram, transferidos e inocentados pela promotora de justiça Sonia Suga que fazia parte do grupo de Olga, e que ficou responsável pelo caso. Quando trabalhou em Berimbau a Promotora teve que sair as pressas pois a população ameaçava por fogo em sua casa. O delegado Rogério, que segundo a corregedoria tem atestado de louco, toma remédios controlados e se mantem no cargo graças a liminar da justiça perdeu a titularidade e virou plantonista de delegacia. Ribeiro também é acusado pelo MP de assassinato de preso em Morro do Chapéu e de tortura de presos com prego e martelo em Cruz das Almas, tendo ficado foragido junto com os agentes Celso e Roque Cerqueria quando sua prisão foi decretada, sendo então arquivado o caso pela juíza Olga depois que este lhe prestou o favor do meu sequestro e prisão.
A juíza Maria Auxiliadora e Adriana foram transferidas e se escondem no anonimato, assim como a promotora Izabel Cristina, enquanto o promotor Valdemar Araujo se mantem jogado as traças no mesmo lugar depois de ter sido ridicularizado não só pelo meu caso como também pelo caso em que mandou os donos amarrar a boca do galo ameaçando os donos de prisão caso o galo cantasse, no que mais uma vez foi exposto ao ridículo em nível nacional. Claro que foi eu quem dei o caso a imprensa, ía perder essa chance?
O promotor Luciano, que levou uma surra de chicote de cavalo do marido da juíza Olga a mando dela em frente ao Fórum de Juazeiro, quando este investigava o envolvimento de Olga no trafico de drogas, avisou a ambientalista Telma Lobão que tomasse cuidado com a juíza Olga que isso poderia acontecer com ela.
O delegado coordenador de Juazeiro Zé Alberto, que entrou na casa da juíza Olga com mandado judicial pra prender o marido dela e apreender a arma que a mesma mantinha em casa de forma ilegal, também avisou a ambientalista do que poderia acontecer e do que a juíza Olga era capaz.
Funcionaria publica do estado da Bahia na época dos fatos, o governador Paulo Souto não cortou meu salario pelos 27 dias faltados em que estive sequestrada e presa ilegalmente, não me demitiu, e ainda me deu 30 dias para que eu pudesse me recuperar.
28 de julho de 1980
Eu chegava a Cruz das Almas para estudar Agronomia, trazia meus sonhos e seis cães pequineses. A casa não estava terminada, 70% do dinheiro que eu havia mandado para Francisco Guedes, dono do Hotel Solar Estrela construir minha casa ele havia roubado, quando descobri o roubo confirmado pelos dois pedreiros ele chorou muito, afirmou que estava quebrado, que eu não o denunciasse. Eu tinha acabado de sair de debaixo da proteção do meu pai não sabia nem o que era denúncia, eu não sabia me defender, não o denunciei nem cobrei o dinheiro de volta.
1982
Pego o Trem da Alegria e entro na estado. Fui dar aula no maior colégio da cidade, o Ceat. Lá descobri que vários professores estavam na folha de pagamento sem porem os pés lá. Fiz um passeata com todos os alunos e fui ameaçada pelo professor Bó, dentro do Ceat, um dos fantasmas. O atual dono de uma radio local Mário também me ameaçou de espancamento ao me encontrar numa rua deserta. Mal cheguei na cidade e já mexi com um monte de gente. Esses homens eram políticos.
Uma manhã de domingo ouvi tiros do lado de fora, alguém atirava na árvore que havia em frente a minha casa nos pássaros e eu proibi, e o cara ameaçou atirar em mim. Ele não era o único. Aqui se promovia grandes caçadas, e um dos caçadores era o advogado Altino. Quando comecei a denunciar as caçadas ninguém nunca tinha ouvido falar em Leis Ambientais. Perdi um talão de cheque e outros documentos, que foi encontrado por uma feirante chamada Rute, que assinou e tentou sacar o cheque e não conseguiu e quem apareceu para ajuda-la? O advogado Altino, que me acusou de estelionato por eu não querer pagar um cheque que não devia. Testemunhas? O empregado do advogado. Altino morreu logo em seguida, de uma doença horrível. A suposta vitima desapareceu pra sempre. No Fórum o juiz me disse “Qualquer um percebe que a senhora não tem nada a vê com isso, a assinatura não é da senhora, mas o Ministério Público insiste”. O mesmo promotor que "insistiu" morreu em seguida. Deus é justo e faz justiça! Foi esse mesmo processo prescrito que estava arquivado que a juíza Olga desarquivou para me chamar de estelionatária. Estelionatária no dicionário da juíza Olga são todas as pessoas que não são envolvidas com o tráfico de drogas como ela.
Na Escola de Agronomia a maioria dos alunos não gostava de mim quando estudante, eu não transava com eles, eu não usava droga, não bebia, eu não combatia a Ditadura Militar. Nem podia, eu era filha de militar, e ninguem sabia. Só queria formar e ir embora. A maioria dos professores não tinham nada a ensinar. A única coisa boa que aprendi na Escola de Agronomia e que valeu a pena minha passagem por lá foi soltar passarinho com alguns alunos veteranos. Não passava ninguém com gaiola, os pássaros eram soltos, a gaiola quebrada e os caras tomavam um monte de porrada para não fazer de novo.
Eles me acusavam de ser da direita, sem nem mesmo saber que eu filha de militar, a ditadura estava no poder, quando ia a noite ao refeitório eles enchiam sacos com areia e jogaram na minha cabeça, enchiam sacos de água e me davam banho, era o trote de “galinha d'água".
Estava muito feliz por formar, mas minha cadela Kity morre poucos dias antes. Era o meu primeiro contato com a morte. Naquele dia a Santinha Nossa Senhora do Carmo caiu de cima do armário sozinha, por duas vezes sem que ninguém mexesse. Eu formei sem solenidade na sala do diretor. Eu e meu grande amigo Filhote, o dono de metade de Cruz das Almas.
1997
Muitos pássaros se alimentam no meu jardim, vejo dois diferentes marrons como a palha do coqueiro seca e ao redor dos olhos preto, como uma mascara. Me apaixono por eles. Por uma semana eu vejo só dois indo e vindo. Um dia eles não vem e eu me preocupo, no dia seguinte reaparecem. Saio por aí perguntando se alguém os conhece ”São os guereguedês, quase não existe mais, o povo mata tudo, eles são muito mansos”, me disseram. Vi muitos ninhos, vazios, fico chocada. Faço contato com amigos no sertão e em outras partes da Bahia e percebo que esses pássaros quase não existem mais e não consta na listagem de extinção do Ibama. Começo a visitar fazendas e a encontrar ninhos completamente vazios, seus donos parecem ter desaparecido há muito tempo. Pouco tempo depois os dois Guereguedês conhecidos por Ursinhas, Asa-de-telha, (Molothrus badius) trazem mais dois irmãos e mais dois filhotes constituindo seis. Peço ajuda a todos os amigos que tem fazenda para que não os deixe matar.
Sozinha, sem apoio nenhum, sem dinheiro, numa cidade estranha onde o errado é que parecia estar certo, por várias vezes enfrento caçadores armados para salvar a vida dos pássaros. Investigo, descubro que as espingardas são vendidos nas feiras livres da Bahia a preços que variam de 20 a 40 reais, a qualquer um, inclusive crianças. Cadastro essas feiras, descubro que as espingardas são fabricadas em oficinas de ferragens, vou ao Ministério da Justiça, alego que as espingardas também servem para matar e assaltar na zona rural, acuso as autoridades policiais de Cruz das Almas e da Bahia de prevaricação. A perseguição a minha pessoa aumenta em 100%.
Uma das Ursinhas desaparece e eu saio por todos lugares procurando. Ao passar diante de uma casa rezando baixinho ouço a voz dela me chamando, grito “ursinha! e ela responde mais e mais de dentro de uma gaiola pendurada junto a mais de 50 na parede de uma casa. Empurrei o portão e entrei mas não alcancei a gaiola, botei um pau e subi nele, tirei Ursinha daquela imundície, vim pra casa chorando com ela me fazendo carinho no rosto. Pedi ajuda a policia para resgatar os outros mas a PM disse que não era crime. No dia seguinte trouxe o Ibama mas já era tarde, todos os pássaros tinham desaparecido, ficando apenas a prova do crime, o prego e a sujeira na parede. O homem mandou me dizer que Ursinha entrou sozinha na gaiola e fechou a porta. Ursinha estava com um ninho numa árvore próxima ele colocou uma arapuca com comida e a capturou. Sou muito grata a Deus por ter conseguido ajuda-la. Aí concluo que preciso ajudar os pássaros presos em gaiolas, que a maioria cai em arapucas em busca de comida para os filhotes.
2002
Participo do programa de Sérgio Galdenzi e Murilo Leito no SBT, do Programa do Gerdan, do Jornal A tarde e do jornal da TVE pedindo a preservação das espécies nas fazendas, explico a necessidade de se deixar uma matinha intocada nas fazendas, peço aos fazendeiros que não permitam a caça em suas propriedades, denuncio prevaricação. Ao retornar para Cruz das Almas tenho o portão quase arrombado pelos policiais Ademi e uma outra que não lembro o nome a mando da delegada Ana Rosa Barreto, que mandou me intimar. Ao chegar lá perguntei se eu era alguma bandida e ela me disse que eu era pior do que isso pois todos na cidade eram quietos, “Só a senhora que não consegue deixar os outros em paz? incomoda todas as autoridades” respondi “Incomodar é deixar matar os pássaros, é deixar cometer crime ambiental?” a partir dessa data para cada queixa registrada por mim naquela delegacia o criminoso ambiental passava de autor a vitima e eu virava ré num termo circunstanciado que ia ao Fórum. Todos os delegados que passaram pela delegacia de Cruz das Almas depois dessa data se utilizaram da mesma prática, patrocinados pelos políticos do município com o objetivo de me fazer parar e calar. Mas nunca conseguiram. Eu denunciava o criminoso ambiental e a prevaricação deles. A Promotora da época era Marcia Varjão conivente com todo tipo de crime ambiental praticado.
Era quase 16 horas quando ouvi fortes batidas no meu portão externo, abri o primeiro e vi que forçavam a entrada do portão de ferro, ouvi os gritos “Morte a Telma Lobão!” Por debaixo do portão deu para ver a a viatura branca da Policia Civil, policiais civis entres eles o pitibull tentando invadir minha casa para me matar, a mando do delegado local Torres, a quem eu e um major da PM tínhamos denunciado por envolvimento com tráfico de drogas, prevaricação de crimes ambientais. Acionei a PM e em segundos estava aqui, eles evadiram. No local foi encontrada uma cápsula não deflagrada. Transeuntes disseram que eles forçaram o portão para entrar, a viatura ficou posicionada rente ao meu portão com a porta aberta, pronta para me levar para algum lugar. O General Édson Sá, a quem eu considero um grande homem me ajudou, a PM também.
O delegado Torres foi exonerado pelo governador Paulo Souto e morreu logo depois em frente ao Hospital Espanhol sem socorro médico. Eu adorei o fato.
Quanto a delegada Ana Rosa foi aberto um Processo Administrativo contra ela, que pediu demissão para não ser exonerada. Quanto ao pedido de garantias de vida que registrei no Depin contra ela, a ocorrência desapareceu misteriosamente de lá.
1997, 19:00 horas
resolvi passear um pouco com minha cadela labrador Xoly. Retornamos logo, pois ela estava inquieta, não queria voltar para casa me puxava para um local oposto onde ela sempre se recusava a ir. Eu não fiz a vontade e ao lado do colégio Jorge Guerra fui cercada pelos traficante Conrado e Eliudo da Rua da Estação, Conrado me agrediu a socos e pontapés no rosto e na cabeça, a cadela foi me socorrer e o outro traficante Eliudo passou por cima da barriga dela com a moto. Me fingi de morta e minutos depois o traficante Conrado entra na Prefeitura, segundo um guarda municipal e fala “o serviço ta feito!” fui para no hospital e minha cadela morreu para me salvar a vida. Como o segundo marginal só foi identificado mais tarde pois o guarda só falou 10 anos depois, apenas o traficante Conrado foi a julgamento e foi inocentado pela juíza Olga, que ainda me perguntou: “a senhora não marcou para comprar alguma coisa na mão dele não?” respondi “não senhora, eu não sou usuária de drogas”. Feri o ego dela. O traficante já foi acusado de espancamentos a mulheres e idosos diversas vezes, tráfico de drogas, se candidatou a vereador e conseguiu 800 votos! O tenente William todas as vezes que prende Conrado, considerado o maior traficante da cidade, antes leva ele para o hospital, quebra ele na porrada.
2002
Vou a feira livre e me deparo com um monte de pássaros silvestres sendo comercializados, dentro de um carro velho muitas caixas com pássaros, uma gaiola repleta de filhotes de rolinhas, peço ajuda a PM que está parada junto dos traficantes e eles dizem que não é atribuição deles, peço ajuda ao Major Adelmário comandante deles e ele diz não ser atribuição deles, aí eu vou em busca de quem é atribuição, no Rio de Janeiro, em frente a Assembleia Legislativa um deputado me diz "Se quiser ganhar uma causa ambiental grite, grite pra todos te ouvir, faça um escândalo!" E foi assim que eu me tornei não só a maior ambientalista da Bahia mas também a mais escandalosa. E com medo da minha língua eles começam a me dar apoio e começo a fazer minhas operações de combate a tráfico de animais as vezes sozinha, as vezes com o apoio da PM, começo a soltar pássaros que antes eram apreendidos e comercializados e aí aumenta a perseguição a minha pessoa...
Foto: Delegado Antônio da Policia civil, ambientalista Telma lobão e tenente PM Benjamim em operação de combate a trafico de animais silvestres (2011).
2013
- Mais de 35 mil pássaros silvestres apreendidos e devolvidos a Natureza através da Operação Pássaro Livre.
- A proibição da venda e fabricação de espingardas de caça.
Foto: Apreensão de Telma lobão e a Policia Civil de Conceição de Feira.
- A proibição da venda de chumbinho.
- Proibição da venda e uso de arapucas e badogues.
- O embargo de dezenas de fazendas e loteamentos.
- A conscientização de crianças, adolescentes e fazendeiro.
- O fechamento do Matadouro Municipal de Cruz das Almas e outros.
- Denúncia contra o Ibama de trafico e genocídio das especies dos animais apreendidos.
- Impediu a matança de garças e urubus em Fernando de Noronha.
- Denunciou a Petrobras por derramamento de petróleo conhecido como Maré Vermelha.
essas foram as brigas compradas e vencidas por mim Telma Lobão ambientalista até o momento. Nunca recebi medalhas nem homenagens por esse trabalho e jamais aceitaria pois é grande o numero de marginais homenageados e medalhados no Brasil, principalmente na Bahia e eu não gostaria de ver meu nome unido ao deles.
Aqueles que foram meus algozes, aqueles denunciados por mim tentam usar meu sequestro, prisão ilegal e os processos montados contra mim pra tentar me parar e calar minha boca, em sua defesa o que fez com que esse livro fosse publicado aqui antes de ser impresso.
Dados da autora:
Telma Lobão é ambientalista, natural de Salvador (Bahia), trabalha no combate a tráfico de animais silvestres a mais de 20 anos, faz investigações e operações de resgate de animais por toda a Bahia. Trabalha na preservação de espécies ameaçadas de extinção e no comportamento de pássaros e animais silvestres em seu habitat natural. Já devolveu a natureza mais de 35 mil pássaros silvestres apreendidos através da Operação Pássaro Livre. É formada em Agronomia pela UFBA, 1984 e em Telecomunicações pelo Centec, 1980. Casada, reside no Rio de Janeiro e na Bahia.
Todos os Direitos Reservados,
Proibido a Reprodução total ou parcial sem autorização expressa do autor. Julho de 2013.
Leia também:
A ALGEMA QUE NÃO INCOMODOU AO SUPREMO
http://jornalrecomeco.blogspot.com.br/2008/08/algema-que-no-incomodou-o-stf.html
Publicado originalmente em 29 de julho de 2013.